Revista Corporativa em ambiente on-line e a busca pela primeira página do Google
A revista corporativa deve buscar a primeira página do Google, mas se continuar sendo feita de forma errada, isso não vai acontecer.
O que é revista corporativa?
As revistas corporativas também são conhecidas como revistas institucionais, revista customizada, house organ etc. Por meio das revistas corporativas, as empresas têm a oportunidade de fortalecer e divulgar seus conteúdos e sua marca. Desta forma a revista corporativa é destinada ao público interno e ao externo e é uma poderosa ferramenta de marketing para as empresas.
Resumo do artigo sobre revista corporativa
As revistas corporativas estão perdendo oportunidade quando são publicadas na web em plataformas de publicação digital baseada em PDF (Portable Document Format). Em muitos casos, os produtores de revista impressa migram seus conteúdos como revista digital de forma equivocada, pois eles depositam suas revistas em plataformas que ocultam seus conteúdos dos grandes buscadores, como o Google. O que propomos aqui é uma reflexão sobre o processo de convergência digital que explore todo potencial da mídia digital em virtude de um conteúdo propagável, na qual possa levar as notícias até as mãos dos atuais e futuros leitores por meio do Google.
FAÇA SUA REVISTA CORPORATIVA DIGITAL CONOSCO
Revista corporativa: mercado e público
As revistas corporativas, também chamadas institucionais, são feitas para divulgar informações e conteúdos das empresas para seus públicos, sejam eles internos ou externos. Deste modo com a exposição desses conteúdos, as empresas divulgam para seus leitores informações relevantes, a propagação dessas informações são do interesse do seu público e da própria empresa.
No caso das revistas internas, há a busca pelo aumento nos engajamentos dos seus colaboradores, ao passo que os conteúdos direcionados para o público externo expõem informações valiosas sobre a própria empresa e sua área de atuação.
As empresas informam seus públicos com conteúdos riquíssimos nos segmentos que elas atuam.
Já que as informações depositadas nas revistas corporativas não têm objetivos publicitários explícitos, pois nelas são publicadas informações que têm ligações com o negócio em que atuam. Sendo assim, os leitores acabam tendo contato com essas informações e sabem que a autoridade nesses assuntos é da empresa detentora da publicação.
Além de expor sua marca para seus públicos, as empresas que publicam revistas corporativas buscam autoridade na área em que atuam, informando seus leitores sobre assuntos nos quais ela detém grande propriedade.
Por fim veja a seguir, dois exemplos de como as empresas usam as revistas corporativas para expor suas informações, sem vender conteúdos publicitários da própria empresa. As Revistas da companhia aérea Gol e a da empresa de exames médicos Delboni Auriemo são bons exemplos de revistas corporativas.
Na revista da Gol Linhas Aéreas são divulgados conteúdos relacionados a personalidades famosas, pessoas comuns, dicas de lugares para viajar, estilo de vida, dicas culturais, gastronômicas, costumes etc. Já a revista Delboni Auriemo oferece dicas de vida saudável, passa informações sobre doenças, indicando causas, sintomas e prevenção, além de particularidades informativas para os leitores.
Ambas as empresas criaram essas revistas para divulgarem seus conteúdos, transmitir as informações que as interessam e por fim dialogar com seus leitores.
As duas revistas foram criadas para serem consumidas em papel e distribuídas inicialmente de modo convencional, mas agora estão também em ambientes online.
O que vimos nos dois casos sobre os locais digitais onde foram depositadas essas revistas?
De certo vimos que as plataformas onde estão depositadas as revistas digitais não ajudam em nada na propagação desses conteúdos, essas plataformas sufocam todo o conteúdo e acabam cegando o Google, evitando que esses ricos materiais não sejam encontrados pelo maior buscador da internet — que desperdício!
Faz sentido criar conteúdos ricos
e o seu público não ler?
Após esta breve contextualização, queremos reportar o objetivo deste artigo. Por isso a análise inicial identifica como as empresas, que publicam revistas corporativas, estão desperdiçando e dispensando todo o poder que a mídia digital tem em ambientes online.
O simples fato dessas empresas publicarem suas revistas em ambiente digital, sem conhecimento de causa (no que se diz mídia digital) e em qualquer plataforma, não representa uso efetivo das possibilidades de comunicação das empresas que elas representam.
Fazendo um recorte ainda mais preciso, vamos abordar como a revista corporativa, voltada para o público externo, passou por um processo de digitalização inadequado e quais caminhos possíveis pode percorrer para recuperar e ter fortalecida sua presença digital.
Veja todo potencial que as revistas corporativas podem explorar quando estão em ambientes digitais
As empresas que produzem revistas corporativas podem aproveitar todo o potencial que a web tem, mas para isso é preciso entender de fato o que é mídia digital, saber quais são suas características e suas potencialidades.
Discorreremos sobre alguns fatores que podem ajudar as empresas de Content Marketing (Marketing de conteúdo para revistas corporativas) a trilharem o caminho que as ajudem na propagação de conteúdos corporativos, doravante também identificado por notícias corporativas, dadas as características linguísticas, de informatividade e atualidade.
Para isso, precisamos entender todo o contexto de publicação de revista digital, conhecendo as tecnologias empregadas e quais técnicas podemos usar para atingir nossos objetivos.
Assim para sustentar nossos argumentos, buscamos vozes de autores e livros consagrados, pensadores digitais que podem nos mostrar caminhos para um modelo de publicação de revista em ambiente online e que sejam interessantes para as empresas.
Além do escopo teórico desses autores, colocaremos aqui toda nossa experiência prática e teórica em plataformas de publicações digitais. Logo, do ponto de vista da prático, trabalho com publicação de revista digital usando a plataforma RDO — Revista Digital Online, já do ponto de vista teórico, estudo e pesquiso o assunto, já fiz até uma monográfica apresentada em 2015 e intitulada — A revista digital online: convergência, mercado, design e os novos caminhos em busca de um modelo multiplataforma.
Desta forma acreditamos que as vozes dos autores, e nossa experiência prática e teórica sobre o assunto, contribua significativamente para um constructo teórico plenamente aplicável no mercado digital de revistas corporativas online.
Como fazer Revista Corporativa em formato digital?
1. Mude sua cabeça e explore todo o potencial da revista digital
Quando você fizer uma revista digital saiba que sua cabeça precisa mudar, entenda o que é o digital e explore todo potencial, a revista impressa serve apenas como referência.
2. Faça um bom conteúdo
O conteúdo ainda é rei, ele é o principal motivo que faz com que seu público te encontre, portanto crie conteúdo ricos, importantes e que responda às perguntas dos seus atuais e futuros leitores.
3. Crie um conteúdo que possa ser indexado pelo Google
Não basta apenas criar bons conteúdos, eles precisam ser otimizados para serem indexados pelo Google. Lembre-se, não crie conteúdos gratuitos, pois eles não trazem resultados.
4. Otimize seu conteúdo com SEO — Search Engine Optimization
Ao escrever seus conteúdos, lembre-se de otimizá-los com técnicas de SEO, isso faz com que seu conteúdo seja ranqueado pelo Google e com isso aparecer na primeira página do buscador.
5. Aconteça o que acontecer, mantenha a periodicidade
Além de criar um bom conteúdo e otimizá-lo, é preciso ter uma periodicidade na produção do seu conteúdo, isso é bom para seu leitor e melhora sua relevância na internet com o Google.
6. Publique sua revista corporativa em plataformas de publicações digitais online
Não adianta colocar sua revista corporativa em um PDF fechado, o PDF atrapalha a indexação no Google, por isso escolha uma plataforma de publicação online — pode ser um blog, um portal de notícia ou uma revista digital online.
7. Publique sua revista em um aplicativo de revista digital
Acima de tudo os aplicativos dão charme, traz um ar tecnológico e funções que os navegadores não têm. Portanto, ter um bom aplicativo de publicação agrega valor a sua revista digital.
8. Deixe sua matéria bonita, faça um bom trabalho de design editorial em ambiente digital
Além disso ter um bom design editorial faz com que seus leitores se interessem mais pelos conteúdos da sua revista corporativa. Um bom exemplo disso é a revista Consumidor Moderno que, com boas matérias e um belo design, vem conquistando cada vez mais leitores.
9. Capture leads para depois distribuir seu conteúdo
Como os conteúdos são ricos e valiosos, peça que seu leitor crie um cadastro para acessá-lo, assim ele receberá mais conteúdos e você criará uma interação com seu leitor.
10. Distribua seus conteúdos por e‑mail e redes sociais, para facilitar sua vida, automatize a distribuição
Os conteúdos publicados em sua revista corporativa precisam ser distribuídos, por isso automatize este processo com o uso de uma boa plataforma de publicação digital.
11. Distribua sua revista corporativa por e‑mail marketing
De certo, com os leads capturados (lista de pessoas interessadas), o processo de automação de criação e distribuição de e‑mail marketing, mande mais conteúdos para seu leitor, ele vai gostar e você mostrará mais autoridade nos assuntos que você aborda.
Obs.: só mande e‑mail marketing para seus leitores mediante a autorização e aceitação do mesmo.
12. Distribua seu conteúdo em redes sociais
Todavia, a lógica da distribuição dos seus conteúdos em redes sociais é a mesma do e‑mail marketing, por isso é bom que os disparos sejam automatizados, é prático e economiza tempo e dinheiro. Automatize a montagem das postagens no Facebook, Twitter, Instagram e até mesmo do LinkedIn com a RDO — Revista Digital Online.
13. Vá para o YouTube, publique conteúdos por lá e até crie chamadas para sua revista corporativa online
O YouTube é o segundo maior buscador da internet, por isso coloque conteúdo por lá também. Os vídeos estão crescendo muito, por isso explorar o poder do YouTube é muito bom para os negócios e ajuda no engajamento com seus leitores.
14. Distribua o conteúdo de sua revista corporativa via Podcast
Fonte: Tecmundo
15. Engajamento é essencial para atrair mais leitores
Enfim, uma questão importante no marketing de conteúdo é o engajamento, e isso não é diferente nas revistas corporativas em ambientes online. Portanto, deixe seu leitor falar e converse com ele. Dê voz ao seu leitor habilitando os comentários e se ele gostar pode compartilhar o conteúdo com mais pessoas.
16. Meça os resultados e comportamento de seus leitores via Google Analytics.
Concluindo essas 16 dicas de como publicar uma revista corporativa requer tempo e dedicação ao lado de uma equipe que entenda o que está fazendo, pela nossa experiência, vale muito a pena.
Criar conteúdo e entregá-lo para seus potenciais leitores/clientes, é uma estratégia para conhecer e encantar o seu público — pois, além de sua empresa ganhar relevância na internet, pode ajudar a fechar inúmeros negócios.
A revista corporativa deve buscar a primeira página do Google, mas se continuar sendo feita de forma errada isso não vai acontecer.
As revistas digitais da empresa Gol Linhas Aéreas e dos Laboratórios Delboni Auriemo nasceram para serem consumidas como mídia impressa, porém hoje também circulam em ambientes digitais.
É importante salientar que as empresas, quando publicam suas revistas em ambientes digitais, querem que seus leitores consumam seus conteúdos, querem passar suas mensagens, expor sua marca, ser referência nos assuntos que essas publicações divulgam, contudo os leitores não acham facilmente seus conteúdos, porque estão em uma plataforma que dificulta serem achados pelos mecanismos de busca.
Se a publicação digital for feita de forma equivocada, todos os objetivos apresentados deixam de ser aproveitados, pois publicar uma revista digital não quer dizer que temos que apenas lançar o arquivo da revista em uma plataforma de publicação digital. O processo de convergência mais adequado e a exploração de todo o potencial que a web proporciona, permitirá às editoras terem êxito na divulgação dos conteúdos das empresas que elas representam.
Antes de explicarmos melhor como aproveitar todo o potencial que a web tem, faz-se necessário entender alguns conceitos da mídia digital. Para isso, vamos entender como alguns pensadores definem a mídia digital.
Para compreendermos melhor a mídia digital, é necessário conceituar
De acordo com o Prof. Dr. Luís Mauro (2014, p.11) indica como característica distintiva o fato de que nas mídias digitais o suporte físico desaparece e neste caso podemos dizer que a revista digital não é tangível, na verdade ela é uma infinidade de bits que são convertidos em sequência numérica e, por meio de máquinas computacionais, sejam elas computadores, tablets e/ou smartphones, são convertidas em informações visuais.
Sendo assim, a revista impressa quando vai para o ambiente digital, passa por um processo de virtualização para depois ser consumida em ambientes virtuais. Luís Mauro (2014, p. 30 e 31 apud. Pierre Lévy) conceitua o que seja o virtual:
“O termo virtual é empregado muitas vezes como oposto do real, como se o virtual não fosse real. Lévy considera que o virtual é parte integrante do real, eles não se opõem”.
Prof. Dr. Luís Mauro
Para transformar a revista impressa em digital é preciso entender o digital, por isso é preciso:
- Pensar e explorar o novo suporte no qual a revista será depositada, onde deixa de ser no papel e passa a ser digital;
- Além de manter todas as características do que seja uma revista, no seu significado stricto. Não deixando de lado o aprofundamento do conteúdo, a periodicidade e o design gráfico;
- Explorar todo o potencial que a web tem, tais como: 1 — conectividade, 2 — interatividade, 3 — responsividade, 4 — propagação etc;
- Também deve-se adaptar o design gráfico para o suporte digital, sem perder a identidade visual da revista, respeitando tipografias, cores, imagens etc;
- Outro ponto importante na digitalização da revista impressa para o digital é saber que o ambiente digital permite muitas vantagens, como a possível propagação dos conteúdos, a interatividade e a inclusão de outras mídias como áudios, vídeos, galerias de imagens etc;
- Por fim trabalhar estas revistas em ambientes conectados, nos quais o hipertexto, os hiperlinks e a hipermídia não percam suas funções e consigam ser percebidos e indexados pelos buscadores. Se não for assim, todo o trabalho realizado pode ficar perdido.
Para explorar todo esse potencial que a web e a digitalização nos traz, precisamos fazer o processo de convergência digital de forma correta.
A convergência digital é a integração de outras mídias para funcionar em um mesmo ambiente. Podemos exemplificar que em uma revista digital, é possível explorar não apenas o hipertexto ou o hiperlink, mas também a hipermídia, na qual os recursos multimídias são trazidos para a mesma publicação.
O pensador Henry Jenkins (2009, p. 30) afirma que o processo de convergência não está apenas na mudança de plataformas, tecnologias e processos, mas a convergência também está na mente de quem produz e consome esses essas novas mídias.
Por isso, transformar uma revista impressa em virtual vai além de depositar essas revista em plataformas digitais. A revista passa por um processo complexo que envolve não apenas pessoas, mas também tecnologias e também requer um pensamento diferente, um pensamento digital real.
Fazer revista digital não é apenas depositá-la em uma plataforma morta, é preciso mudar também o pensamento, para fazer a transformação digital de forma completa.
Para entendermos e explorarmos o digital de forma completa, temos que pensar que o digital não deve estar atrelado a um formato de arquivo depositado em uma página na internet.
Temos que fazer com que esses conteúdos sejam espalhados e consumidos de forma simples e eficiente, em diferentes ambientes conectados. Por essas questões é que é precisamos conhecer as características da mídia digital.
O Prof. Luís Mauro (2014, p. 11, apud Flew) aponta algumas características da mídia digital e para reforçar nossos argumentos, identificamos aqui as características mais desejáveis para corroborar um processo de convergência satisfatório.
Características da mídia digital
- Barreira digital: são diferenças de acessos às tecnologias e mídias digitais. Essas barreiras ocorrem por problemas sociais e até mesmo econômicos. No nosso caso, se pensarmos no consumo da mídia digital por falta de acessos aos dispositivos, essa barreira é rompida, pois os consumidores de publicações digitais têm acesso a computadores e smartphones;
- Ciberespaço: são espaços de interações criados por meio de fluxo de dados digitais em redes de computadores. Se os conteúdos forem depositados em plataformas que não ajudam na propagação do conteúdo, as interações no ciberespaço ainda assim ocorrem, mas elas são mais difíceis por não serem autopropagáveis;
- Cultura participatória: são potencialidades dadas a qualquer indivíduo que queira produzir cultura na web. Dentro deste conceito, as revistas perderam muitos espaços para pessoas que produzem culturas por meio de blogs. As revistas corporativas precisam buscar sua relevância em ambientes digitais conectados;
- Inteligência coletiva: as tecnologias permitiram o aumento da produção do conhecimento de maneira social e coletiva. Como o acesso e a facilidade às tecnologias de publicação digital, qualquer indivíduo que queira produzir informações pode colocar isso em prática. Os produtores de revistas digitais já fazem isso naturalmente e nesse caso só precisam entender de fato o que seja a mídia digital, explorando todo o seu potencial para levar a notícia aos seus leitores;
- Interatividade: são as interferências e as interações que os usuários fazem. Quando publicamos algo que já nasce morto, essas interações não acontecem por não terem espaços pré-programados para essas interações;
- Interface: são pontos de contatos amigáveis entre os dispositivos e os usuários. Esses pontos de contatos amigáveis já foram aprendidos em referências anteriores. Contudo, hoje as revistas digitais são depositadas em interfaces nada amigáveis, prejudicando assim o consumo da informações por parte dos usuários. Um conselho é que os produtores de mídia digital depositem seus conteúdos em interfaces amigáveis e além disso, pensem em plataformas que tenham UX (User Experience ou Experiência do Usuário);
- Ubiquidade: são presenças em todos os lugares da mídia digital conectadas em redes. Se levarmos este conceito para o mundo físico, podemos dizer que ubiquidade trata-se da distribuição do conteúdo. Precisamos nos atentar para a criação de situações que não atrapalhem essa distribuição e que colaborem de fato na autopropagação;
- Velocidade: aqui estamos nos referindo à rapidez da conexão de dados das mídias digitais. Aplicando este conceito, a velocidade é um dos requisitos chave recomendados pelo Google. Quanto mais veloz for a mídia digital, mais pessoas atingirá conduzindo suas informações.Para reforçarmos as características da mídia digital, podemos pinçar ainda alguns conceitos apresentados por Jenkins (2014).
- Propagação: a propagação foi apresentada aqui por Jenkins (2016, p. 154) sobre a afirmação que a mídia deva ser propagável, ou até mesmo autopropagável. A mídia digital não pode ficar presa à plataformas que não indexam os conteúdos ao Google, prejudicando assim a propagação dos conteúdos de forma limpa e de fácil conexão;
- Valor do residual: este termo apresentado por Jenkins (2014, p. 2222) foi apresentado por Raymond Williams. Williams diz que o residual ainda tem valor quando sai do mainstream, tornando seu objeto ainda valioso. Se levarmos este conceito para a mídia impressa, o conteúdo ainda pode ter valor se ele não se tornar obsoleto, mas o suporte envelhece, já na mídia digital propagável o residual torna-se vivo e valioso, pois ele torna-se acessível de forma fácil.
- Engajamento: Jenkins (2014, p. 2382) aponta no capítulo 3 o valor do engajamento da mídia. Se o processo de convergência for bem feito e os produtores de revistas digitais souberem e aproveitarem todo potencial da mídia digital conectada, o engajamento será eficaz na ajuda da propagação do conteúdo.
Depois de apresentarmos o valor e as características das mídias digitais em ambientes conectados, vejamos os caminhos errados que os produtores das revistas digitais percorreram para publicarem os conteúdos das empresas que eles representam. O que esses produtores buscavam era rapidez, barateamento de custo, velocidade no processo de convergência e facilidade. Os objetivos estão certos, mas os caminhos escolhidos foram errados.
Caminhos equivocados na digitalização das revistas digitais corporativas
Além do mais as revistas corporativas não encontraram caminhos satisfatórios nos formatos digitais que escolheram, se pensarmos em todo o potencial que a mídia digital pode ofertar veremos que os caminhos trilhados foram equivocados.
Em muitos casos, as revistas digitais foram convertidas para o formato de arquivo PDF, distribuídas em plataformas que ocultam o conteúdo, deixando que os buscadores mais famosos, como Google e Bing por exemplo, não indexem os conteúdos.
Acreditamos que o formato PDF, dentro dessas plataformas, cegam os buscadores e não ajudam em nada na criação da presença online das revistas corporativas em ambientes conectados, na verdade essas plataformas até atrapalham. Podemos citar como exemplo a plataforma de publicação digital Issuu.
Para ajudar a dar à luz a esses problemas, precisamos entender quais caminhos devemos trilhar para levarmos a publicação corporativa ao nível de propagação satisfatória.
Esses apontamentos não têm como intuito ser a única opção para atingir os objetivos de termos uma revista corporativa, depositadas em plataformas de publicação digital amigáveis e que estejam conectadas na web, explorando todo seu potencial.
O que queremos aqui é compartilhar nossas experiências com Marketing de Conteúdo e Publicação Digital, propiciando campo aberto para as revistas digitais corporativas.
Podemos citar como exemplo:
- A escolha errada das plataforma de publicação digital. As revistas precisam ser depositadas em plataformas digitais adequadas para ajudar na publicação digital;
- O processo de convergência — ponto que atrapalha na propagação do conteúdo na internet, pois precisa acontecer primeiro na mente dos envolvidos na produção da revista.
- Também que é preciso conhecimento de causa para fazer o processo de convergência de revista digital de forma correta;
- Outro ponto importante é investimento, para que os conteúdos criados se autopropaguem é preciso injeção financeira para que seja montada equipes competentes que levem o projeto adiante.
As revistas depositadas dentro do Issuu em formato PDF acabam virando imagens dentro da plataforma e isso impede a indexação do conteúdo nos buscadores. O que os buscadores indexam primeiro são formatos HTML (HyperText Markup Language), por isso as plataformas precisam estar no formato HTML de não em PDF.
As empresas produtoras de revistas corporativas precisam fazer com que o meio revista busque presença e relevância também em ambientes online, mas para isso é preciso aliar técnicas e tecnologias para alcançar esta presença digital.
Quem trabalha muito bem com uma boa distribuição de conteúdo para as empresas na web é o pessoal do Marketing Digital, fazendo estratégias de Marketing de Conteúdo. Essas empresas, de forma estratégica, publicam e distribuem os conteúdos das empresas por meio de anúncios, redes sociais ou por meio de distribuição orgânica, com técnicas de otimização de conteúdo para motores de busca, conhecido como SEO (Search Engine Optimization).
Podemos perguntar: já que as revistas corporativas querem distribuir seus conteúdos para seus leitores/clientes, por que não usam as técnicas de otimização e distribuição de conteúdos por meio da internet? Outra pergunta se faz necessária: faz sentido as empresas investirem em criação de conteúdos, depositarem esses conteúdos na web e os colocarem em plataformas que simplesmente escondem esta publicação?
As respostas para essas perguntas podem ser as mais diversas. Pode ser por falta de conhecimento, por facilidade na montagem da publicação, por falta de verba para investimento etc.
Acreditamos que hoje, os caminhos que os produtores de revistas corporativas encontraram não ajudaram em nada na divulgação das empresas e os motivos são diversos.
Técnicas e tecnologias em busca da autopropagação das revistas corporativas em ambientes online
Mediante o exposto abordamos até aqui como os produtores de revista digital corporativa têm feito o processo de virtualização de suas publicações. Vimos que em ambos os casos, as revistas foram depositadas em plataformas que nada ajudam na auto propagação do conteúdo depositados nessas revistas.
Vimos também o que é mídia digital e quais são suas características. Considerando as informações apresentadas até aqui, partiremos agora para questões mais práticas e lógicas que nos ajudarão a levar as revistas digitais corporativas a uma autopropagação.
Por fim nossa base principal de argumentação vem ao encontro da frase cunhada por Henry Jenkins (2014) no livro Cultura da Conexão — criando valor e significado por meio da mídia propagável.
A frase de Jenkins reforça muito nosso desejo de levar as revistas digitais às mãos dos mais variados tipos de leitores.
Para entendermos e explorarmos o digital de forma completa, temos que pensar que o digital não deve estar atrelado a um formato de arquivo depositado em uma página na internet.
Temos que fazer com que esses conteúdos sejam espalhados e consumidos de forma simples e eficiente, em diferentes ambientes conectados. Por essas questões é que é precisamos conhecer as características da mídia digital.
O Prof. Luís Mauro (2014, p. 11, apud Flew) aponta algumas características da mídia digital e para reforçar nossos argumentos, identificamos aqui as características mais desejáveis para corroborar um processo de convergência satisfatório.
Logo usando esta frase como mote principal deste artigo, devemos entender como a mídia digital pode se propagar, ou se autopropagar. Para atingirmos esses objetivos devemos ter conhecimento de causa, usar técnicas e tecnologias que nos levem a construir conteúdos que se propaguem de forma estimulada ou orgânica.
Desta maneira o que pretendemos aqui é mostrar como as revistas corporativas podem publicar seus conteúdos por meio das mídias digitais, explorar os recursos e conceitos que este tipo de mídia tem e levar suas matérias para cada público de forma orgânica, causando assim engajamento, participação, interatividade e quem sabe até ajudar nos negócios.
Para começarmos, precisamos entender que a mídia digital deve estar em ambiente conectado, deve estar na rede de computadores, podendo ser encontrado e acessado de forma simples e amigável. Castells (1999) relata que a rede é um conjunto de nós, esses nós são as conexões e por trás dessas conexões estão pessoas. O que temos que fazer é levar a mídia digital por meio das redes a essas pessoas por trás dos nós.
O primeiro passo
Então, o primeiro passo para tornar os conteúdos autopropagáveis é que, no processo de convergência, os produtores das revistas digitais precisam pensar de forma digital. Colocar toda a revista em um plataforma que só guarda este conteúdo, não é fazer o processo de convergência de forma correta.
Esses produtores primeiro precisam ter conhecimento sobre o que seja a mídia digital e todo seu potencial, depois mudar a mente e pensar de forma digital, para realizarem o processo de forma correta.
Se falarmos agora de conteúdos, os jornalistas também precisam pensar de forma digital, ou seja precisam produzir conteúdos sabendo que serão veiculados em mídia digital. Pollyana Ferrari (p. 562) aponta que o profissional que faz a transposição da mídia impressa para web, é por meio do jornalismo digital, feito por jornalistas especializados neste tipo de jornalismo.
Quando levamos as revistas impressas para o digital, os jornalistas online precisam refazer a matérias com técnicas de otimização de conteúdos, explorando todo potencial que a web pode trazer para essa nova publicação. Essa técnica de otimização de conteúdo é conhecida como SEO — Search Engine Optimization.
Com efeito o SEO é muito utilizado em campanhas de Marketing de Conteúdo em agências de Marketing. O que propomos aqui é otimizar esses conteúdos das revistas corporativas para que eles sejam indexados pelo Google ou em outros buscadores.
Não apenas a técnica de otimização faz com que os indexadores do Google encontrem seu conteúdo quando a busca for feita, assim o sistema dos robôs varrem a internet e entregam conteúdos relevantes. Toda essa mecânica tem uma lógica para que este sistema entregue os melhores conteúdos para os leitores e cabe aos produtores de revistas digitais conhecer e explorar todo esse potencial.
É possível publicar conteúdos em revistas digitais e fazer com que seus leitores encontrem esses conteúdo de forma orgânica. Tudo isso só é possível se depositarmos esses conteúdos em uma boa plataforma, utilizar o potencial que web nos oferece e criar conteúdos relevantes e otimizados para levá-los aos leitores.
Plataformas que podem auxiliar na distribuição do conteúdo
Outra questão importante é a distribuição desses conteúdos em redes sociais, por meio de postagem que leva os leitores até o conteúdo que foi publicado. Podemos usar o Twitter, o Facebook, o LinkedIn e até mesmo o Instagram para divulgar esses conteúdos.
Mais uma plataforma que auxilia muito na propagação dos conteúdos é o YouTube. É possível transformar as matérias publicadas nas revistas em pílulas de vídeo e em vídeos curtos, com tempo estimado em 3 minutos, levando o leitor ao conteúdo principal que foi publicado na revista. Para que isso ocorra de forma eficiente, temos também que otimizar esses vídeos para que o buscador do YouTube também possa indexar esses conteúdos.
Também os conteúdos podem ser distribuídos por meio de alertas das plataformas, os conhecidos Push Notification e via e‑mail marketing automatizados.
Quem trabalha bem esses processos de distribuição de conteúdo é o pessoal da Revista Fórum. Toda distribuição que citamos aqui é realizados por este veículo.
Considerações finais
Para finalizarmos nossos argumentos, acreditamos que as empresas possam distribuir seus conteúdos na web de diversas formas, mas para isso é preciso entender como essa distribuição pode ser feita.
Portanto o que devemos frisar é que a distribuição desses conteúdos na web vai interessar a muitas empresas que publicarem suas revistas em plataformas online, pois a presença que elas já possuem no mundo físico, também podem conseguir no mundo virtual.
A seguir, uma lista de requisitos para colocar as revistas digitais corporativas na primeira página do Google:
- Fazer o processo de convergência digital de forma correta;
- Não depositar os conteúdos em qualquer plataforma de publicação digital. Sugerimos que a revista seja publicada em plataformas de publicação online;
- O processo de convergência não pode ser apenas uma questão tecnológica, antes precisa estar arquitetado na mente dos produtores de revistas digitais;
- Explorar todo o potencial que a web permite para o enriquecimento das publicações;
- Otimizar os conteúdos para que os indexadores de busca da internet entreguem o conteúdo para futuros leitores;
- A otimização correta do conteúdo faz com que sua publicação apareça nas primeiras páginas dos buscadores de forma orgânica;
- Para o aceleramento da propagação da revista, os anúncios digitais colaboram para que as pessoas encontrem sua publicação;
- Distribuir os conteúdos nas redes sociais, por e‑mail marketing e produzir vídeos ajuda no engajamento da publicação;
- Interagir com leitores, para que eles se sintam acolhidos pelas empresas e ajudem na divulgação dos conteúdos;
- Acreditamos essa consciência e a aplicação dessas técnicas e tecnologias nas publicações das revistas corporativas, possam ajudar na distribuição da informação e tornar essa mesma publicação propagável.
Referências Bibliográficas
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